Aqui estou, com toda a minha alma; e
com todos os meus fantasmas.
Caminho junto ao mar numa breve trégua.
Levo a cabeça cheia de pássaros, de ondas e de árvores frondosas.
Mas nessa floresta escondem-se grandes demónios, ancestrais.
“Sementes de karmas passados não podem germinar quando torradas no
fogo da Sabedoria Divina.”
Vejo ao longe a silhueta do homem velho
que se aproxima. Costas curvadas, passos curtos, mãos que se unem lá atrás, algemadas. Todos os dias nos cruzamos, como num ritual. Decido que é
hoje que lhe aceno. Baixa o olhar, quando me vê. Amanhã, talvez.
Talvez amanhã me aproxime para lhe dizer “Olá! Aqui estou, com
toda a minha alma, e com todos os meus fantasmas. E tu?”
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